Agressão brutal a professores de Educação Infantil é repudiada em Ato Público

Centrais sindicais, sindicatos, trabalhadoras e trabalhadores em educação, servidores públicos municipais e parlamentares, estudantes e movimentos sociais se solidarizaram com os professoras e professores da Educação Infantil municipal em Ato Público realizado, na tarde desta quarta-feira (25), em frente à Prefeitura de Belo Horizonte. Milhares de pessoas se uniram em repúdio à agressão brutal sofrida pelos educadores, a maioria mulheres, durante manifestação pacífica na segunda-feira (23), que foram atacados pelo Batalhão de Choque com jatos d’água e bombas. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Estado de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), além de manifestar seu apoio, homenageou os professores da Educação Infantil com a distribuição de rosas brancas.

A Educação Infantil está em greve desde o dia 23 de abril pela justa reivindicação do cumprimento da promessa de campanha do prefeito Kalil (PHS) da unificação da carreira docente na cidade. O ataque não foi feito somente às professoras da Educação Infantil, mas sim contra todas e todos aqueles que lutam por uma educação pública de qualidade. O Ato Público desta quarta-feira (25) aconteceu depois de assembleia da categoria, coordenada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sindi-REDE/BH), em que a categoria decidiu pela manutenção da greve. Os manifestantes, vestido em preto em protesto contra a violência, continuaram na portaria da PBH até o início da noite, enquanto aguardavam o resultado da reunião de comissão de negociação com o prefeito e o vice-prefeito.

O protesto, com mais de 3 mil pessoas, teve adesão dos pais e crianças, que escreveram cartazes contra a violência. “Não faça nada com a minha professora porque ela é legal”, “Prefeito para seu bem… Não bata em Ninguém! Minha professora é da paz”, diziam algumas das mensagens dos alunos.

Além da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), CSP Conlutas e CTB, prestaram solidariedade no Ato Público, que simbolizou a unidade por uma educação de qualidade, pela valorização de todos os profissionais em educação, contra aparato repressivo representado pela PM e contra a criminalização dos movimentos sindical e sociais, dirigentes e militantes do Sind-UTE/MG, Sindibel, Sinttel, Sindieletro-MG, Sindimetro-MG, Sindipetro-MG, Sindifes, o Sinpro-MG, a Apeoesp, entre outras entidades. Manifestaram apoio aos professores da Educação Infantil os vereadores Pedro Patrus (PT), Cida Falabella e Áurea Carolina , do Psol; Gilson Reis (PCdB) e Professor Wendel Mesquita (PSB).

“Trago a saudação do Sind-UTE/MG e da CUT Minas. Venho aqui para dizer que o ataque de segunda-feira doeu na alma de cada um de nós. Sabemos que vocês fizeram um movimento justo, legítimo e que, se mexeu com uma, mexeu com todas nós. É preciso que saibam que, se atacarem, vocês reagem. E podemos construir, com a rede estadual, a rede municipal e a rede particular um movimento unitário pela educação de qualidade. Mostrar a força da educação ao governador e ao prefeito, que devem uma resposta à sociedade. Não pode ser normal a violência de segunda-feira. Não podem ser brutalmente atacadas quem vai formar as próximas gerações. Estão nas Umeis filhas e filhos da classe trabalhadora”, disse Beatriz Cerqueira, presidenta a CUT/MG e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG.

“Trago também a solidariedade das trabalhadoras e dos trabalhadores em educação. Sentimos na pele a violência da Polícia Militar. Fomos vítimas da truculência da PM em Igarapé, durante a greve que fizemos pelo Piso Nacional e outras pautas, quando nos atacaram com bombas e balas de borracha. Trazemos as nossas bandeiras, os nossos militantes. Mas não vamos combater o ódio com o ódio, para não nos compararmos com quem nos agride. Trouxemos flores brancas, num gesto de fraternidade, para distribuir a todos vocês”, afirmou Beatriz Cerqueira.

A vereadora Cida Falabella (Psol) questionou a declaração do prefeito Alexandre Kalil, que chamou os sindicalistas de “pelegos” e disse que a greve era política. “A greve é um ato político. Não podemos deixar que criminalizem a política, pois democracia sem ela é fascismo. Os cartazes que as professoras fizeram com as crianças sobre a violência e a truculência da PM são um exemplo disso, pois elas educam as gerações que vão construir a democracia brasileira. E é isso que querem reprimir. Todo o apoio à luta dos professores da Educação Infantil de Belo Horizonte. Nós venceremos.”


Disponível em <https://sindifes.org.br/doe-para-o-bazar-de-greve-do-hc-ufmg/> Acesso: 20/04/2024 às 12:45