Milhares de manifestantes tomam as ruas de Belo Horizonte contra os cortes na Educação e contra a reforma da Previdência

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Nesta quarta-feira, 15 de maio, Dia Nacional de Greve na Educação mais de 200 mil pessoas foram às ruas de Belo Horizonte para uma manifestação histórica por uma educação pública de qualidade e contra os cortes nas verbas das universidades e das pesquisas. Os manifestantes também protestaram contra a proposta de reforma da Previdência, as privatizações e os ataques do governo de Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, que levaram à redução de 80 mil vagas nas escolas de educação integral.

A paralisação unificou em todos os níveis os ensinos municipal, estadual e federal, Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), demais centrais, movimentos sindical, sociais e populares. Ato, um dos maiores de todos os tempos na capital mineira, e greve são um esquenta para Greve Geral de 14 de junho. O protesto também aconteceu no interior do Estado e em todo o Brasil e foi a primeira grande mobilização contra os desmandos do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL).

Em atividade que antecedeu as manifestações, os professores da rede municipal de ensino realizaram assembleia. Aos educadores se uniram, aos poucos, estudantes e professores das universidades estaduais, dos Centros Federais de Educação Tecnológica, dos Institutos Federais e da UFMG, que saíram das suas escolas em marcha. Da Praça da Estação, o protesto seguiu para Praça Sete, onde não puderam se concentrar pelo número de manifestantes. Por causa disso, a passeata foi para a Praça Raul Soares. A professora Rose Pimentel encerrou o ato cantando “Se se Calla el Cantor”, de Horacio Guarany, sucesso com a cantoria argentina Mercedes Sosa, e “O que é o que é?”, do Gonzaguinha.

Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da CUT/MG, destacou a importância da mobilização conjunta pela educação, que resultou na greve e no ato histórico desta quarta-feira no Estado. Ele ressaltou, ainda, a necessidade de manter o povo nas ruas contra as pautas dos governos estadual e federal. “Seguiremos nas ruas contra os cortes na educação e a reforma da Previdência. Nosso próximo passo é a Greve Geral, no dia 14 de junho. Vamos parar o Brasil contra a reforma do governo Bolsonaro, que é uma continuação piorada da do governo Temer. Além de acabar com a possibilidade de aposentadoria, vai reduzir a remuneração dos que já se aposentaram, pois propõe reajustes inferiores ao índice inflacionário e  o sistema de capitalização”, resumiu Jairo Nogueira.,

“Eu, uma das poucas deputadas negras de Minas Gerais, estou aqui para trazer minha solidariedade às lutas de professoras, professores, estudantes e todos os educadores. Além de ser uma educadora, também senti na pele o que é, todo ano, dormir na fila para conseguir uma vaga em uma escola pública. Com muita luta, isso mudou. Mas, no momento, enfrentamos os ataques do governo Zema que significam o retrocesso. Ele tem que acordar, pois não tem esta história de que tanto faz ensino público ou privado. No serviço público tudo foi construído pelo povo. Não queremos cota de 30% para os negros, queremos paridade. Nós construímos as políticas educacionais nas ocupações. Não vamos retroceder com este ajuste fiscal. Estaremos lá para dizer não. O Parlamento vai ter que ouvir muito de nós sobre educação. Não estamos lutando por permanência, mas por ampliação”, ressaltou a deputada estadual Andréa de Jesus (Psol).

“Hoje demos um passo histórico para dar um recado ao Bolsonaro: não vamos aceitar cortes nos investimentos em educação. Não voltaremos aos anos 60 e 70, quando a elite é que comandava a pesquisa. O que incomoda o governo e a elite é que o filho do pobre, o indígena, o negro conquistaram o direito de frequentar a universidade pública e de qualidade. O governo federal é contra o modelo de inclusão, quer acabar com isso. Ataca a pesquisa, a ciência e a tecnologia”, definiu Maurício Vieira Gomes da Silva, do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições de Ensino Federais (Sindifes).

Seminário

À tarde foi realizada a sexta edição do Seminário sobre Reforma da Previdência no auditório do CAD 1, no Campus Pampulha da UFMG, em  Belo Horizonte. A atividade faz parte da Greve Geral da Educação e teve a participação de técnicos-administrativos, docentes, educadores e estudantes das redes municipal, estadual e federal. A atividade também integra a Campanha de Filiação, Recadastramento e Conscientização do Sindifes, que pretende enfatizar a importância do Sindicato para os trabalhadores das Instituições representadas por este Sindicato.

O Seminário teve como objetivo informar a Categoria sobre os impactos da reforma da Previdência, principalmente para os servidores públicos federais, e apresentar o futuro do sistema previdenciário caso a reforma seja aprovada. A atividade também faz parte das mobilizações contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Para apresentar o tema, foi convidado o economista e técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), Frederico Melo.


Disponível em <https://sindifes.org.br/irany-campos-conta-sua-historia-de-militancia-em-efemeride-pelos-60-anos-do-golpe-militar-em-assembleia-geral-de-greve-do-sindifes/> Acesso: 25/04/2024 às 23:44