Nota de pesar pelo falecimento do companheiro Cosme

Na segunda-feira, dia 04 de maio, o movimento dos trabalhadores das universidades brasileiras sofreu uma grande perda, com o falecimento do trabalhador, militante e companheiro Balbino Cosme Siqueira Neto.

Servidor da UFMG desde os anos 90, Cosme trabalhava no Hospital das Clínicas. Mas, para além da atuação profissional na instituição, era acima de tudo um colega e amigo, admirado pelos colegas de trabalho. E tangenciando sua carreira de trabalhador, existia principalmente sua ação de militante social, em que exerceu sua condição cidadã, a luta política por um Brasil melhor, por uma sociedade mais justa.

Cosme atuou na antiga CCPTA da UFMG e em nível nacional no Fórum das CPPTAs. Foi membro do Conselho Diretor do Hospital das Clínicas; foi coordenador de Políticas Sociais e Antirracismo da FASUBRA; coordenador de Assuntos Jurídicos do SINDIFES; secretário de Combate ao Racismo da CUT/MG; representante do movimento sindical no Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Era, ainda, filiado e militante do Partido dos Trabalhadores.

Cosme esteve fortemente presente na luta contra o racismo, sua principal arena de atuação e onde deixou sua maior marca. Era um trabalhador engajado, participante, consciente dos seus direitos, da necessidade de mudar a política no país, acreditando que um outro mundo era possível.

E o melhor do Cosme é que fazia tudo com muita alegria! Adorava dançar (muitos se lembram da “Madalena”, a boneca de pano que ele levava pra dançar na Praça 7 em BH, ou na Esplanada dos Ministérios em Brasília); era divertido, risonho, carinhoso, espirituoso! Sempre com uma piada pra nos fazer rir e distensionar, até nos momentos mais difíceis. Era impossível resistir ao seu bom humor e, assim, fazia amigos por onde passava, até mesmo fora do seu campo político de atuação. Muito engraçado, muito simpático, era o companheiro ideal para os longos bate-papos fossem eles sérios, nas mesas de debates, ou descontraídos, nas mesas dos bares.

Nosso companheiro Cosme gostava de uma boa polêmica, que rendia intermináveis horas de conversas sobre assuntos diversos, que ele fazia questão de opinar e defender. E era solidário, bondoso, especialmente com os seus “irmãos de cor”: sempre tinha um amigo africano para tomar conta, ajudar, apoiar suas causas.

Cosme deixou quatro filhos e uma filha – os nomes de todos eles foram carinhosamente tatuados no seu braço. Era uma lembrança profunda, das dores e amores que o marcaram, seus laços e suas rupturas.

E, por fim, Cosme deixou um grande amor, sua leal companheira dos últimos 17 anos, Núbia Siqueira, com quem construiu uma família e encontrou tranquilidade e estabilidade. Núbia foi sua rocha e esteve sempre ao seu lado, 24 horas por dia, nos últimos dois anos, tempo em que ele lutou contra o câncer que o levou. Na saúde e na doença, dizia o voto do casamento. Ela o honrou imensamente, dedicando todo amor e cuidados ao seu grande companheiro de vida!

“Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, onde o tempo e a lembrança, digam não…”

Vá com Deus, amigo e companheiro Cosme! Nós continuaremos aqui, lutando as mesmas lutas que um dia foram suas! E você estará sempre na memória, PRESENTE!4


Disponível em <https://sindifes.org.br/nota-de-pesar-do-sindifes-companheiro-fernando-maranhao/> Acesso: 16/04/2024 às 10:59