Terceiro mandato de Lula terá 37 ministérios e número recorde de mulheres na Esplanada

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (29) os nomes de 16 novos ministros. Os indicados juntam-se a outros 21 nomes já confirmados até semana passada e completam a lista dos 37 chefes de ministérios do novo governo. Dos 37 ministros, 11 serão mulheres — número recorde, como ressaltou Lula. O presidente eleito disse que a definição do primeiro escalão do seu novo governo ocorreu após muitas conversas, discussões e ajustes.
Em pronunciamento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na tarde desta quinta, 29, ele disse que os indicados assumem os cargos em um contexto difícil, mas que “vão dar conta do recado”. “A todos os companheiros que assumem os ministérios, quero que façam parte da história política do país. É um momento que tivemos a coragem de assumir o Brasil em uma situação delicada”, disse. “Encontramos um Brasil que foi destruído em muitas das coisas que fizemos. Quase tudo na área social foi desmontado. Vamos ter que remontar tudo outra vez. Com mais vontade, competência e disposição. Foi para isso que me candidatei”, declarou Lula.

O petista ainda comparou a escalação ministerial com a convocação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2022, no Catar. “Vocês viram que a escolha que o Tite fez foi unânime na imprensa esportiva. Não houve um único senão na imprensa especializada. Os que critivavam falavam sobre o Daniel Alves, que estava com 37 anos e sem jogar no México”, lembrou. “A sociedade brasileira encantada com a inteligência dos analistas achava que a gente ia ganhar a Copa do Mundo. Deu no que deu. O Messi, com 35 anos, ganhou o título de melhor jogador da Copa e, certamente, vai repetir o título de melhor do mundo. Quero que vocês ganham essa Copa e quero que a gente receba o título de melhor governo do mundo”, encerrou o presidente.

FASUBRA preparada para negociar com o novo Ministro da Educação
Já no primeiro dia útil de 2023, dia 2, a FASUBRA entregará a pauta específica da categoria ao Ministério da Educação (MEC) e solicitará reunião com o novo ministro para iniciar o processo de negociação. “O ano de 2023 coloca o debate em outro patamar, com a instalação de mesas de negociação para que as entidades da educação debatam ponto a ponto os anos perdidos nos governos de Temer e Bolsonaro. Retomar o debate sobre a carreira dos TAE, o projeto Universidade Cidadã, a luta contra a Ebserh, as pautas específicas e a recomposição salarial é prioridade. A FASUBRA tem a tarefa de apresentar os seus projetos ao futuro governo e de mobilizar a base para arrancar as perdas financeiras e políticas vividas nestes últimos seis anos”, destaca a Direção Nacinal. As negociações serão realizadas com os ministérios da Educação, de Camilo Santana (PT) e do Planejamento e Orçamento, de Simone Tebet (MDB).
Confira abaixo o perfil dos principais Ministros
Camilo Santana, Ministro da Educação, é ex-governador do Ceará e senador eleito com quase 70% dos votos dos eleitores cearenses. Nasceu em Crato, na região do Cariri e se formou em agronomia na Universidade Federal do Ceará. Tem mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela mesma instituição. Iniciou a luta política no movimento estudantil. Servidor público federal concursado, Camilo ocupou de 2003 a 2004 o cargo de superintendente do Ibama no Ceará. Em 2006 assumiu a Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado. Foi eleito deputado estadual em 2010, tendo sido o mais votado. Em 2012, se tornou secretário das Cidades do governo Cid Gomes. Nas eleições de 2014 foi escolhido pelo PT para disputar o governo do Ceará e foi eleito com 53,35% dos votos. Em 2018, diante da grande aprovação popular de sua gestão, que promoveu a inclusão social e a redução da desigualdade social no estado, ele foi reeleito no primeiro turno com quase 80% dos votos. Durante os oito anos de governo petista no Ceará, a educação pública, que há décadas já se destaca como uma das melhores do país, continuou sendo uma prioridade através da implementação de novos programas e ações, como a universalização do tempo integral no ensino fundamental em todas as escolas públicas dos 184 municípios cearenses.

Luciana Santos, Ministra da Ciência e Tecnologia e Inovação
, ex-vice-governadora de Pernambuco. Nascida no Recife (PE), Luciana é engenheira eletricista, formada pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Iniciou a militância na década de 1980, como líder estudantil e dirigente de entidades como a UNE (União Nacional dos Estudantes). Filiada ao PCdoB desde 1987, foi a primeira comunista a ser eleita prefeita no Brasil e também a primeira presidenta nacional do PCdoB – cargo que ocupa desde 2015. Ex-deputada estadual (1997-2000), foi prefeita de Olinda (2001-2008) e secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (2009-2010). Como deputada federal (2011-2018), presidiu a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura e foi relatora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre Trabalho Infantil, além de ter integrado a Comissão de Ciência & Tecnologia. Em 2019, elegeu-se vice-governadora de Pernambuco na chapa com Paulo Câmara (PSB). Desde novembro, integra o Conselho Político na Transição para o governo Lula.
Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento, é ex-senadora pelo Mato Grosso do Sul. Nascida em Três Lagoas (MS), Simone Tebet é filha de Ramez Tebet, ex-governador, ex-senador sul-mato-grossense e ex-ministro da Integração Nacional. Mestre em Direito do Estado, Tebet é professora universitária e desde a década de 1990 é filiada ao MDB. A nova ministra foi deputada estadual no Mato Grosso do Sul e se tornou em 2004 a primeira mulher a ser eleita prefeita de Três Lagoas. Quatro anos depois, foi reeleita para o cargo. Em 2011, Tebet assumiu o cargo de vice-governadora do Mato Grosso do Sul, na chapa encabeçada por André Puccinelli. Durante parte do mandato, foi secretária estadual de Governo. Em 2014, Tebet se elegeu senadora pelo Mato Grosso do Sul. Em 2022 foi candidata a presidência ficando em terceiro lugar com 4.915.423 votos — o equivalente a 4,2%.

Fernando Haddad, Ministro da Fazenda
, é ex-Ministro da Educação. Entre 2005 e 2012, Haddad comandou a verdadeira revolução ocorrida no ensino brasileiro. À frente do MEC, ele implementou o Programa Universidade para Todos (ProUni) e reformulou o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Também instituiu os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Haddad é graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Direito Civil, mestrado em Economia e doutorado em Filosofia pela mesma universidade. Também foi professor de Teoria Política Contemporânea do Departamento de Ciência Política da USP. Eleito no final de 2012, foi prefeito de São Paulo entre 2013 e 2016, concorrendo à Presidência da República em 2018.

Confira abaixo os nomes anunciados:

. Segurança Institucional – General Gonçalves Dias
. Secretaria de Comunicação Social – Paulo Pimenta
. Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Carlos Fávaro
. Integração e Desenvolvimento Regional – Waldez Góes
. Pesca – André de Paula
. Previdência – Carlos Lupi
. Cidades – Jader Filho
. Comunicações – Juscelino Filho
. Minas e Energia – Alexandre Silveira
. Desenvolvimento Agrário – Paulo Teixeira
. Esporte – Ana Moser
. Meio Ambiente – Marina Silva
. Planejamento e Orçamento – Simone Tebet
. Turismo – Daniela Souza Carneiro
. Povos Indígenas – Sônia Guajajara
. Transportes – Renan Filho
. Relações Institucionais – Alexandre Padilha
. Secretaria-geral da Presidência – Marcio Macedo
. Advogado-geral da União – Jorge Messias
. Saúde – Nísia Trindade
. Educação – Camilo Santana
. Gestão – Esther Dweck
. Portos e Aeroportos – Marcio França
. Ciência e Tecnologia – Luciana Santos
. Mulher – Cida Gonçalves
. Desenvolvimento Social – Wellington Dias
. Cultura – Margareth Menezes
. Trabalho e Emprego – Luiz Marinho
. Igualdade Racial – Anielle Franco
. Direitos Humanos – Silvio Almeida
. Indústria e Comércio Exterior – Geraldo Alckmin (vice-presidente)
. Controladoria-Geral da União – Vinícius Marques de Carvalho
. Fazenda – Fernando Haddad
. Justiça – Flávio Dino
. Casa Civil – Rui Costa
. Relações Exteriores – Mauro Vieira
. Defesa – José Múcio Monteiro

Lideranças no Legislativo:

. Líder na Câmara dos Deputados – José Guimarães
. Líder no Senado – Jaques Wagner
. Líder no Congresso Nacional – Randolfe Rodrigues


Disponível em <https://sindifes.org.br/tae-da-base-do-sindifes-se-unem-as-servidores-publicos-para-protestarem-por-melhores-condicoes-de-trabalho-e-vida-e-contra-as-privatizacoes/> Acesso: 19/04/2024 às 02:50