13 de Maio se torna dia de mobilização da consciência negra
O dia 13 de maio, famoso por ser a data da abolição dos escravos no Brasil, é, para os movimentos negros do País, mais um dia de mobilização e lutas por direitos e políticas públicas. Evento em São Paulo, na Praça do Patriarca, foi um "ato para discutir a discriminação racial como um todo"
No Correio do Brasil
O dia 13 de maio, famoso por ser a data da abolição dos escravos no Brasil, é, para os movimentos negros do país, mais um dia de mobilização e lutas por direitos e políticas públicas. E é justamente isso fizeram organizações de movimentos negros e de Direitos Humanos nesta quinta-feira (13), em São Paulo (SP), no Brasil.
De acordo com Douglas Belchior, membro da coordenação geral da União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora (Uneafro Brasil), o evento realizado na Praça do Patriarca, no centro da capital paulista, foi um "ato para discutir a discriminação racial como um todo".
Com o tema Mais um Maio sem Abolição, Crimes de Maio sem Apuração, o evento contou com apresentações de cultura afro e mobilizações contra o racismo, a violência e por políticas públicas para o povo negro.
Além disso, houve uma aula pública com a presença de: Marcus Orione, juiz federal e professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco; Regina Lucia, do Movimento Negro Unificado (MNU); Bas´ilele Malomalo, da Cladin-Unesp; e Edy Rock, rapper do grupo Racionais.
Segundo Belchior, esse é mais um dia de luta para o povo. No entanto, não foi assim sempre.
– Durante muitos anos era comemorado como uma data folclórica – afirma, ressaltando que alguns movimentos mais radicais preferiam não se manifestar nesse dia, pois consideravam somente o 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) como data para reivindicar.
Situação que mudou nos últimos anos. Esta quinta-feira, dia 13 de maio não é mais uma data qualquer para o movimento negro brasileiro.
– Agora, o Movimento Negro resignificou o 13 de maio como um dia de luta do povo negro – destaca.
Não é a toa que há tantas lutas e reivindicações dessa população. Ainda hoje, os negros no Brasil ainda são alvos de discriminação por conta da cor da pele, violência e ataques até mesmo de agentes públicos.
– O próprio Estado tem em curso um projeto de genocídio contra a população negra – desabafa Belchior.
A revolta do coordenador da Uneafro é um eco das mães de jovens negros assassinados no país. Nesta terça-feira, representantes do movimento negro protocolaram na Casa Civil de São Paulo uma carta pedindo ao governador do estado, Alberto Goldman (PSDB), uma declaração pública sobre a violência exercida por policiais militares contra os negros ocorridas nos últimos dias, que resultou na morte de dois jovens.
"Eduardo Luís Pinheiro dos Santos, 30 anos, e Alexandre Santos, 25 anos, tinham muitas coisas em comum. Além do sobrenome e de serem ambos trabalhadores motoboys, eram negros! Talvez por isso a infeliz coincidência também em suas violentas mortes", declararam os movimentos na carta ao governador.
Além de Uneafro-Brasil, assinaram o documento: Movimento Negro Unificado (MNU), Círculo Palmarino, Tribunal Popular, Núcleo de Consciência Negra da USP, Mães de Maio, Sujeito Coletivo USP, Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MTST), Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo.
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Disponível em <https://sindifes.org.br/assembleia-tematica-discutira-qualificacao-dos-tae-do-cefet-mg-nesta-quinta-26/> Acesso: 27/06/2025 às 13:25