TAE da UFVJM aprovam Paralisação dia 10 de Junho em Assembleia

Em assembleia nesta segunda, dia 6 de junho, os Técnico-Administrativos em Educação da UFVJM deliberaram a participação na Paralisação Nacional, dia 10 de junho, com atividades às 15h no Mercado Velho e Aula Pública sobre “Você sabe o que é o Imperialismo?”, às 19h, na Praça Doutor Prado. A Categoria ainda debateu e avaliou a conjuntura nacional.

Análise de Conjuntura

A análise foi iniciada pelo professor Mateus Servilha, geógrafo. Ele iniciou afirmando não ser eleitor do PT, mas acredita que o governo de Michel Temer é ilegítimo e fruto de um golpe. Relembrou a greve de 2015, em que durante seus quatro meses o MEC não recebeu representantes das Categorias, mas em 15 dias de governo ilegítimo o MEC recebeu Alexandre Frota, que não tem qualquer acúmulo no debate sobre Educação e ainda defende um projeto esdrúxulo chamado “Escola sem Partido” que pode inviabilizar a atividade docente.

Avaliando o contexto global, o professor Servilha disse que vivemos historicamente um nível extremo de desigualdade, mesmo em épocas de “bonança”. Em sua análise, as crises são inerentes ao sistema capitalista (cíclicas) e os capitalistas gerenciam essas crises sempre pensando em manter seus níveis de riqueza. Assim, vivemos alternadamente períodos de equilíbrio nas relações de classe, durante o boom do crescimento, e estados de exceção, quando a crise não permite um “ganho” mútuo. Então, a crise atual é uma continuação da crise de 2008, mas é importante destacar que é uma crise global.

No Brasil ocorre que nesse momento de crise, nem a fraca aliança de classes promovida pelos governos do PT seria mais tolerada. Assim, as classes dominantes assumem o risco do desgaste com um golpe, e isso pode representar um preço alto a ser pago pelos trabalhadores.

Da parte do sindicato dos professores e de alguns setores organizados da categoria docente, existe a leitura de que, independente de posições particulares de entidades e categorias, somente uma greve geral pode barrar a violência do projeto que está proposto na atual conjuntura brasileira. Uma mobilização que extrapole o serviço público, e mobilize os trabalhadores como um todo.

A segunda análise, foi feita pelo professor Davidson Ramos, cientista político. Ele refletiu sobre o risco que vivemos hoje por sermos fruto de um processo de expansão e interiorização do Ensino Superior e Técnico, que não é bem aceito pelo governo golpista, nem por centros (universidades) mais tradicionais, que entendem que o recurso da educação seria melhor empregado em centros de excelência, e não na constituição de novos campi.

Em seu entendimento os campi fruto desse projeto serão estrangulados lentamente e os servidores redistribuídos. Daí vem a importância de construirmos mais espaços horizontais de debate na comunidade acadêmica, para entender esse processo e propor ações de resistência.

Em relação a uma conjuntura política nacional, o professor Ramos avalia que temos em nosso país uma série de distorções no processo eleitoral que dificultam nossa leitura.

“Temos no Brasil um presidencialismo de coalizão. O mandatário do poder executivo é eleito por maioria absoluta, com segundo turno, o que torna seu poder altamente centralizado e legitimado. Por outro lado, o presidente eleito precisa mediar com um legislativo cada vez mais fragmentado, que não necessariamente representa a sociedade brasileira. Distorções como o voto proporcional, coligações, voto de legenda e o número mínimo e máximo de parlamentares por região, tornam difícil para o eleitor saber o que foi feito do seu voto”, explica Ramos.

Ramos ainda afirma que o nosso sistema político é visceralmente dependente da corrupção, pois o custo para se eleger um candidato é muito alto. Isso faz com que o compromisso dos eleitos seja mais forte com quem o financiou do que com quem votou neles e a Operação Lava Jato explicitou essa relação íntima do nosso sistema político com a corrupção.

Ele também entende que há uma crise mundial, na qual os países, membro do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão vivendo. Então, o problema do Brasil não é que o gasto é elevado, mas que a arrecadação é pequena. E assim, para que se invista em projetos de inclusão social, é necessário que alguém perca, e os capitalistas não querem perder.

Por fim, o professor Ramos acredita que é necessário construir parcerias com outros setores da economia, aproveitando a fragilidade do governo interino, para impedir perdas importantes.

Semana de mobilização

No dia 7 será realizado uma intervenção para questionar o projeto “Escola Sem Partido”. A reunião será feita no prédio da Reitoria, às 16h.

Entre os dias 7 e 9, será realizado o seminário “Diálogos sobre a Crise Brasileira” das 19h às 21h30 no auditório do Departamento de Engenharia Florestal.

No dia 10, além da Paralisação, será realizada uma Atividade às 15h no Mercado Velho e uma Aula público, sobre Imperialismo, às 19h, na praça Dr. Prado.

Homofobia

Com o fato de um dos banheiros ter sido pixado com citações homofóbicas, a assembleia discutiu a necessidade da Universidade ter uma estrutura ligada aos direitos humanos afim de acolher os membros da comunidade universitária que sofram ataques por preconceito ou quaisquer outras violações dos direitos humanos e também promova ações e seminários sobre diversidade.


Disponível em <https://sindifes.org.br/cefet-mg-realiza-assembleia-sindical-geral-nesta-quarta-25/> Acesso: 26/06/2025 às 17:50