Mineiros vão às ruas contra os golpistas no Dia Nacional do Basta

O povo mineiro disse basta ao desemprego, ao aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, à retirada de direitos da classe trabalhadora, à reforma da Previdência, às privatizações, à crise, à miséria, à fome, aos cortes nos investimentos na saúde, na educação, na segurança pública. Nesta sexta-feira, 10 de agosto, em ato que uniu a Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), CTB, demais centrais, sindicatos CUTistas, movimentos sindical, sociais e estudantis, milhares de pessoas saíram às ruas para dizer que não aguentam mais os desmandos do governo golpista e ilegítimo de Michel Temer.

Além de participar do protesto unificado, diversas categorias, como bancários, servidores públicos municipais e federais, realizaram manifestações, mobilizações e paralisações no Dia Nacional do Basta.

O ato público começou por volta das 11 horas, na Praça Afonso Arinos, no Centro da capital mineira. Os manifestantes saíram em marcha e dialogaram com a população de Belo Horizonte durante o trajeto pela avenida Augusto de Lima, rua Sã Paulo, avenida Amazonas e e também na concentração na Praça Sete.

“Não dá mais para aguentar este maldito governo de Michel Temer. Por isso estamos nas ruas para denunciar este desrespeito aos nossos direitos trabalhistas, a alta abusiva dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, o desemprego, pagar a conta da crise e do golpe, as privatizações, a política de desmonte do Estado. Por isso, estamos colocando para a população que chega, basta”, disse Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da CUT/MG, que coordenou o ato juntamente com a secretária de Políticas Sociais, Neusa Pereira de Freitas; e a presidenta da CTB, Valéria Morato.

“Brasileiras e brasileiros não suportam mais a crise, não suporta mais a fome. Estamos nas ruas por saúde e educação públicas de qualidade. Queremos o nosso Brasil de volta. Vamos derrubar o golpe nas eleições e devolver o Brasil para os brasileiros”, afirmou Valéria Morato.

“Temos que dizer basta a um governo que não investe na educação, na saúde, na segurança pública. E está provocando o sucateamento da indústria e, com isso, causando ainda mais desemprego. O povo brasileiro não vai aceitar a reforma da Previdência e outras reformas que acabam com os direitos da classe trabalhadora. Os metalúrgicos estão mobilizados para lutar pelos seus direitos. E o povo brasileiro está se organizando para botar abaixo este desgoverno”, declarou Marco Antônio, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-MG/CUT).

Bancárias e bancários

Bancárias e bancários atrasaram em uma hora o início do atendimento nos bancos de Belo Horizonte e região e realizaram um ato no Dia Nacional do Basta, em frente à Agência Século da Caixa, na Praça Sete, antes de se dirigir para a manifestação na Praça Afonso Arinos. A categoria está em Campanha Salarial Nacional e denunciou a intransigência da Fenaban em atender as reivindicações, apesar dos lucros dos banqueiros, os principais patrocinadores do golpe.

“O lucro dos bancos é uma falta de respeito com o povo brasileiro, trabalhadoras e trabalhadores. E os banqueiros alegam que é impossível dar ganho real. Por isso já dizia uma campanha que fizemos anteriormente: só a luta nos garante. A CLT foi rasgada. E, com isso, bancárias e bancários são submetidos a condições subumanas de trabalho. Estamos aqui, também, para denunciar as atrocidades do governo golpista e lutar pela reforma tributária. O imposto é injusto e só penaliza a população e a classe trabalhadora. É necessário a taxação das grandes fortunas. Iate e helicóptero não pagam impostos. Em outubro tem eleições e temos que votar em candidatos que nos representam”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Eliana Brasil.

Auditores fiscais do trabalho

Auditores fiscais do trabalho e sindicalistas fizeram uma manifestação nesta sexta-feira (10) no Centro de Belo Horizonte em defesa do emprego, da aposentadoria e dos direitos trabalhistas. Eles denunciaram o desmonte da estrutura de proteção social aos trabalhadores como parte da reforma trabalhista implantada pelo governo golpista.

“A casa do trabalhador está sendo sucateada e corre risco de extinção”, disse Julie Santos, delegada de base da Delegacia Sindical de Minas Gerais do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait).

Em nota distribuída à população, sindicatos informaram como o desmonte está ocorrendo e conclamaram os trabalhadores a resistir. “A ausência de concurso público, a falta de investimento nas condições de trabalho do servidor, fechamento de agências por falta de estrutura ou funcionários apontam para um cenário de risco real de extinção do MTE”, afirma a nota assinada pelo Sintsprev, Sindsep MG e Sinait.

“É preciso dizer sempre que o corpo técnico do ministério, os auditores fiscais do trabalho e os servidores administrativos não se confundem com os escândalos de corrupção. É esse corpo técnico que garante serviços básicos ao cidadão”, ressalta a nota.

A nota afirma ainda que o fortalecimento do MTE e dos serviços públicos em geral passa pela revogação da Emenda Constitucional 95/2-16. Essa emenda do governo golpista congelou os investimentos públicos por 20 anos, para destinar dinheiro do orçamento federal para pagamento de juros aos banqueiros, empréstimos subsidiados aos empresários e privilégios a juízes e políticos, cujos salários são aumentados por eles mesmo, como está prestes a acontecer mais uma vez.

10 de Agosto é o “Dia do Basta”.

Neste dia, trabalhadoras e trabalhadores e todo o povo brasileiro exigiram o fim: do desemprego, do aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, da retirada de direitos da classe trabalhadora, da reforma da Previdência, das privatizações, da crise, da miséria, do golpe, dos cortes das verbas na saúde, na educação, na segurança pública.

O Brasil pós-golpe 2016 já contabiliza 28 milhões de desempregados e os postos de trabalho gerados são precários por causa da Reforma Trabalhista. Diminuiu o número trabalhadoras e trabalhadores com carteira assinada, aumentou o número de empregados sem carteira e dos que sobrevivem com bicos. São milhões na informalidade.

A miséria se espalhou como uma epidemia pelo país. Em Belo Horizonte, o número de moradores de rua quase triplicou.

O país precisa recuperar a democracia, o desenvolvimento, a geração de emprego com qualidade e a distribuição de renda. Somente a mobilização e a participação de todos vai abrir o caminho para um Brasil melhor.


Disponível em <https://sindifes.org.br/sindifes-participa-de-visita-de-lula-a-nova-lima-como-parte-da-campanha-lularecebaostae/> Acesso: 30/04/2024 às 07:37