Atos em Betim e BH levam às ruas as pautas do Dia de Luta em Defesa do Brasil

No Dia Nacional de Luta em Defesa do Brasil, a Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), centrais sindicais, petroleiras e petroleiros, eletricitários, educadores, metroferroviários, trabalhadoras e trabalhadoras dos Correios, metalúrgicos, bancários, entre outras categorias, servidoras e servidores, professores e estudantes, da educação municipal, estadual e federal e movimentos sociais, com apoio de parlamentares, mostraram a sua força e foram às ruas de Belo Horizonte e Betim na quinta-feira, 3 de outubro. Data simbólica por ser o dia em que a Petrobras, a maior empresa pública brasileira que está ameaçada pelo projeto de privatizações do governo de Jair Bolsonaro, completou 66 anos. Milhares participaram das atividades e dos Atos em Defesa da Soberania Nacional e contra os Cortes, Privatizações das Universidades, Institutos Federais e a Violência na Educação e contra as Privatizações de Estatais e Empresas Públicas.

As manifestações, que duraram dois dias – a Greve Geral da Educação começou na quarta-feira, dia 2 -, aconteceram durante todo o dia. No início da manhã, o protesto aconteceu na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No final da tarde até as 21 horas, o ato, que teve como pauta principal a defesa da educação pública, de qualidade e gratuita, teve concentração na Praça Afonso Arinos, ao lado da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e marcha que seguiu para a Praça Sete.

Os manifestantes também protestaram contra a reforma da Previdência, toda a pauta negativa do governo federal e contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, representante do Estado da política de extrema direita de Bolsonaro, com seu projeto de Regime de Recuperação Fiscal, que inclui privatizações de estatais e empresas públicas, congelamento de salários e carreiras e suspensão de concursos públicos. Entidades estudantis e vereadores de Belo Horizonte ainda convocaram todos para a luta contra o projeto de “lei da mordaça”, ou Escola sem Partido, que a bancada cristã tenta aprovar na Câmara Municipal, depois da derrota da pauta conservadora na Assembleia Legislativa.

O ato realizado por petroleiras e petroleiros no início da manhã de quinta-feira (3) deu o tom da luta da categoria em defesa da Petrobras. Na manifestação, os trabalhadores denunciaram as consequências da venda da Regap, em Betim, para o povo mineiro. O protesto, Ato em Defesa da Soberania Nacional, abriu as mobilizações do Dia Nacional de Luta em Defesa do Brasil.

A manifestação na portaria da Regap marcou o aniversário de 66 anos da Petrobrás e também ocorreu em Curitiba, onde está preso o ex-presidente Lula, e em todas as bases da Petrobrás no Brasil.

Um dos principais impactos seria a queda na arrecadação de impostos em Minas e no município de Betim. Isso porque a refinaria é hoje a empresa que mais gera repasse de impostos para a cidade e, nas mãos da iniciativa privada, a empresa pode pleitear isenções fiscais.

Além disso, a privatização da Regap poderia provocar a redução da produção de derivados e, consequentemente, a redução de arrecadação de impostos, corte de empregos, e aumento dos preços dos combustíveis; a interrupção da produção e a transformação da refinaria em um centro de tancagem; ou até mesmo o fechamento da refinaria.

Durante o ato, representantes de outras entidades presentes reafirmaram a necessidade de uma pauta unificada em defesa da Petrobrás e da soberania nacional. “O que vocês decidirem aqui, vai definir nossa negociação também, pois é uma conjuntura de ameaça nacional”, explicou o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho.

O diretor do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG), Felipe Pinheiro, salientou que esse é momento de debater mais a fundo o cenário de desmonte na Regap. “No processo de precarização para preparar a refinaria para a privatização, estamos todos correndo riscos – os trabalhadores e a sociedade no entorno da Regap”.

Ainda participaram do ato, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), um representante do mandato da também deputada Marília Campos (PT), e representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Levante Popular da Juventude, do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas (Sintect-MG), do Sindicato dos Metroviários de Belo Horizonte (Sindimetro) e do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética (Sindieletro-MG), Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem e da Escola Sindical 7 de Outubro.

Em um segundo momento, a diretoria do Sindipetro debateu com os trabalhadores sobre a preparação para uma greve, tendo em vista que a categoria está em negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), em um processo marcado por diversas medidas arbitrárias e antissindicais da direção da empresa.

No final da tarde, foi realizado na Praça Afonso Arinos, na região Central de Belo Horizonte, o Ato contra os Cortes, Privatizações das Universidades, Institutos Federais e a Violência na Educação e contra as Privatizações de Estatais e Empresas Públicas. O protesto, que teve concentração no local e marcha até a Praça Sete, uniu centrais sindicais, movimentos sindical, sociais, estudantes e parlamentares e fez parte da Greve Geral de 48 Horas em Defesa da Educação e contra os Cortes.


Disponível em <https://sindifes.org.br/comando-de-greve-da-ufvjm-divulga-documento-sobre-os-servicos-essenciais/> Acesso: 20/04/2024 às 14:06