Centenário do 1º de maio: ainda precisamos lutar por condições melhores de trabalho

Em 1º de Maio é celebrado o Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, que marca a luta da classe por condições de trabalho melhores e mais justas. A celebração remonta a Greve Geral em Chicago, quando cerca de 340 mil operários paralisaram suas atividades em protesto pela redução da jornada de trabalho. No Brasil, a data passou a integrar o calendário oficial a partir de 1925, depois que o então presidente Arthur Bernardes assinou o decreto que oficializou as comemorações em território nacional.

Após 100 anos da primeira mobilização oficial, a classe trabalhadora permanece em luta para garantir que seus direitos não sejam retirados e avançar em outras pautas importantes para a vida contemporânea, como o fim da escala 6×1.

Em Belo Horizonte, neste 1º de maio, será realizado um ato político e cultural para  reforçar a importância da luta da classe trabalhadora. A concentração está marcada para às 14h, na Praça Independência (entre edifícios Sulacap-Sulamérica), localizada na Avenida Afonso Pena, 951, no centro da capital. A passeata seguirá até o Viaduto Santa Tereza.

A Greve Geral de Chicago

Durante o século XIX, pós Revolução Industrial, e no início do século XX, as jornadas de trabalho atingiam 16 horas diárias, sem garantias aos trabalhadores como descanso remunerado, férias, e condições para exercer suas funções com segurança. Por isso, em 1864, foi criada a Associação Internacional dos Trabalhadores, com o objetivo de lutar por melhores condições de trabalho e, principalmente, pela redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.

Em 1886, trabalhadores estadunidenses se organizaram em uma grande greve geral pela jornada de 8 horas, cujo início foi no dia 1º de maio daquele ano. O movimento paredista teve grande adesão e estendeu-se por vários dias, com a paralisação das atividades em mais de cinco mil fábricas. A repressão por parte do Estado foi bastante violenta. Além dos sindicatos que foram fechados e dos confrontos com manifestantes que ocupavam as ruas, cinco lideranças grevistas foram presas e assassinadas.

Em homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras que lideraram o movimento em Chicago e tiveram suas vidas tiradas injustamente, o dia 1º de maio foi definido como Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora.

O Dia do Trabalhador no Brasil

Documentos do Arquivo do Senado, em Brasília, revelam que mesmo antes da data integrar o calendário oficial, muitos sindicatos já organizavam mobilizações para o 1° de maio contra a exploração no trabalho. Contudo, em setembro de 1924, o então presidente do Brasil Arthur Bernardes assinou o decreto que oficializou a data no calendário nacional, tornando-a feriado.

Durante o período histórico conhecido como Estado Novo, Getúlio Vargas instituiu a política do salário mínimo e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), com a implementação do Decreto-Lei 5.452 de 1º de maio de 1943, de forma que toda a legislação trabalhista existente no país fosse unificada. 

Entre 1964 e 1985, período da Ditadura Militar no Brasil, os trabalhadores e trabalhadoras sofreram perseguição severa. Mesmo diante da repressão que levou ao fechamento de vários sindicatos, o movimento sindical resistiu. Em 1979, metalúrgicos de São Bernardo e Diadema entraram em greve em busca de reajuste salarial. Mesmo sendo considerado ilegal, o movimento paredista resistiu até alcançar seus objtivos.

Com a redemocratização do Brasil, a partir de 1986, o movimento sindical se organizou e ganhou novas forças. As pautas da classe trabalhadora transformaram-se junto da sociedade. Contudo, ainda é preciso ocupar as ruas e lutar por melhores salários, condições de trabalho justas e a redução da escala de trabalho. 

Com informações da CUT, Politize!, BBC e Brasil de Fato.


Disponível em <https://sindifes.org.br/solidariedade-por-dignidade-e-pelo-isolamento-social-para-salvar-vidas/> Acesso: 25/06/2025 às 21:14