Future-se é criticado por ser ‘estar fora da realidade das universidades’ em Audiência Pública na ALMG

O Future-se foi duramente criticada durante a Audiência Pública, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada na tarde desta terça-feira, dia 9, a pedido da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia. O projeto que, segundo o governo federal, pretende resolver a situação financeira das universidade foi questionado por deputados federais, estaduais, professores, técnico-administrativos e estudantes. Uma das críticas mais repetidas foi a falta de clareza quanto ao financiamento e a quantidade de medidas inconstitucionais e ilegais que o projeto prevê.

A audiência foi aberta pela deputada estadual, Beatriz Cerqueira (PT-MG) que informou que o Ministro da Educação foi chamado à participar ou a enviar um representante, porém não o fez. Beatriz ainda lembrou da audiência pública em Diamantina, sobre a nomeação do reitor, “precisamos debater a importância de se respeitar a Democracia em todos os locais e não apenas onde é conveniente. Não podemos aceitar que o pacto democrático seja quebrado”.

A deputada federal e ex-reitora da UFJF, Margarida Salomão (PT-MG) avaliou o Future-se como um projeto feito por pessoas despreparadas, mal intencionadas e descoladas do presente e da realidade das universidades. “Não apresente uma proposta material que alguém possa levar a sério. Grande parte do que está no projeto as universidade já o fazem. No caso da inovação, seis, das dez principais startups unicórnios (que tem alto potencial de rentabilidade) são da USP. O problema não é gestão, inovação ou internacionalização, é de financiamento”, afirmou.

O deputado estadual professor Cleiton (PSB-MG) indagou o que justifica a contratação de entidades para intermediar a relação direta entre as Ifes e o MEC e quais os critérios que vão definir as organizações sociais aptas a participar do programa e embasar o repasse de recursos públicos e a doação de patrimônio às OSs. “Quando falamos de governança, as universidade já são modelos”, disse ele.

O Pró-reitor de Administração da UFMG, professor Maurício Garcia, contou que a Universidade já avaliou o projeto Future-se e não encontrou nada que possa ser assinado. “O projeto é tão ruim que não tem nem consistência para ser negado. Muda 17 leis e não muda a lei da OS. Organização Social não apoia, como diz no projeto, ela realiza. Vamos entregar a autonomia das universidade para uma OS”, analisa o pró-reitor. A coordenadora geral do SINDIFES, Cristina del Papa, lembrou que as universidades tem um forte impacto nas cidades e regiões que estão instaladas movimentando a economia e o crescimento regional. “Não precisamos do Future-se, temos o Plano Nacional da Educação para fazer frente a este projeto. Pois de futuro, este projeto não tem nada”, finaliza.

Como o Ministério da Educação não enviou representante para debater sobre o Future-se os questionamento levantados durante a audiência foram encaminhados para que o ministro da pasta esclareça os pontos. Este encaminhamento foi aprovado por unanimidade pelos deputados presentes.


Disponível em <https://sindifes.org.br/atividade-de-greve-ufmg-12-03/> Acesso: 26/04/2024 às 03:00