Greve dos bancários é forte no primeiro dia

Categoria faz nova assembleia nesta quarta-feira (28) no Centro de Belo Horizonte para decidir os rumos do movimento

O primeiro dia de greve dos bancários em Belo Horizonte e Região mostrou a disposição dos trabalhadores de bancos públicos e privados de pressionar os banqueiros para que eles atendam as justas reivindicações da categoria. Diversas unidades de trabalho da Caixa, do Banco do Brasil e várias agências do Bradesco, Itaú, HSBC, Santander e Mercantil do Brasil paralisaram suas atividades durante toda a terça-feira (27). No Bradesco, apesar da ameaça de interdito proibitório – determinação jurídica que impede o acesso de dirigentes sindicais ao local de trabalho -, as agências permaneceram paralisadas.

Os bancários entraram em greve, após a quinta rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na última sexta-feira (23), em São Paulo, quando foi recusada a segunda proposta de reajuste de 8% sobre os salários. Anteriormente, os bancos haviam oferecido reajuste de 7,8%.

À 14 horas de terça-feira, os bancários em greve realizaram uma assembleia em frente a agência Século da Caixa e decidiram continuar a greve por tempo indeterminado. Nesta quarta-feira (28) haverá nova assembleia às 11h30, em frente o prédio do Banco do Brasil, na rua Rio de Janeiro, 750, para decidir os rumos do movimento.

Logo após a assembleia, os trabalhadores sairão em passeata pela ruas do centro da capital para denunciar a intransigência dos banqueiros e mostrar a disposição da categoria de fortalecer ainda mais a luta em defesa dos seus direitos.

Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a paralisação já atinge 25 estados e o Distrito Federal. A força da greve nacional mostra a enorme insatisfação dos bancários diante da proposta insuficiente da Fenaban, que representa apenas 0,56% de aumento real, não avança no emprego e nas condições de saúde, trabalho e segurança e não melhora o atendimento aos clientes. Cobra também avanços nas negociações específicas com os bancos públicos federais e estaduais.

A greve é por tempo indeterminado, até que as reivindicações dos bancários sejam atendidas. A categoria quer reajuste de 12,8% (5% de ganho real mais a inflação do período), valorização do piso, maior participação nos lucros, mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, entre outros itens.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Clotário Cardoso, enfatiza a importância do fortalecimento da greve para pressionar a Fenaban a retomar as negociações e apresentar uma proposta que atenda as reivindicações da categoria. "O primeiro dia de paralisação mostrou o grande poder de mobilização dos bancários. Agora, vamos ampliar ainda mais a nossa greve nesta quarta-feira e fazer uma grande passeata com muita alegria e disposição para pedir o apoio da população e mostrar que a nossa luta contra a intransigência do setor que mais lucra no país é justa e merece respeito”, afirmou.

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Disponível em <https://sindifes.org.br/assembleia-tematica-discutira-qualificacao-dos-tae-do-cefet-mg-nesta-quinta-26/> Acesso: 27/06/2025 às 20:30