Juventude em Fortaleza: Internet como política pública

Manifestações populares convocadas pela internet reafirmam nova era, mas disputa pela democratização da comunicação continua

Em mais um dia debates no II Festival das Juventudes em Fortaleza, a mesa sobre ‘Internet como política pública de juventude’ foi interposta por uma unanimidade entre os/as debatedores/as: as manifestações populares com grande participação de jovens convocadas pela internet por todo o mundo lançam vozes a uma nova era.

Abordando o assunto, Alex Capuano, representante do Instituto Observatório Social, citou exemplos como o da Primavera Árabe, da churrascão da gente diferenciada em SP e o da bolinha de papel contra José Serra para reafirmar a importância da internet como instrumento de organização, mobilização e de contraponto a mídia hegemônica.

Para ele, a universalização do acesso à internet não será feita por vias de comunicação convencional. “Por isso a importância dessas manifestações. Não são poucos os desafios quando se trata de comunicação, onde é evidente a impotência dos órgãos de Estado diante da máquina oligárquica”, sublinha Alex.

Falar em universalização da internet é pensar no Plano Nacional de Banda Larga. Porém, nos moldes proposto pelo governo, onde não há metas de universalização, vai-se na contramão da democratização dos serviços.

Para tanto, destaca Gabriel Medina, um maior protagonismo do Estado e o fortalecimento da Telebrás são essenciais para fazer da internet um direito de todos e todas. “As teles foram fruto de um processo entreguista do no governo FHC deixando os brasileiros reféns dessas grandes corporações. É aí que entra a importância dos movimentos sociais e da juventude atuando de forma unificada para pressionar por um Plano que traga avanços no sentido de universalizar à internet, lembrando que mais do que lazer e diversão, a internet é um instrumento fundamental para o desenvolvimento nacional e a inclusão social”, afirma Gabriel Medina

Ele também destacou a necessidade de um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil, levando ao centro do debate a questão da propriedade cruzada por uma mesma pessoa ou grupo econômico de emissoras de TV, rádio e jornal .

Por fim, a militante feminista e professora da UFC (Universidade Federal do Ceará), Lola Aronovich, usou de experiência própria para sublinhar a importância de ações por vias não institucionalizadas.

Lola possui desde 2008 um blog onde trata de temas relacionados a temática feminista e de movimentos sociais. “Temos o poder nas mãos. A internet vem colaborando no processo de difusão de informações além daquelas expelidas pela mídia nacional. É preciso disputar a hegemonia e isso passa pela construção de ações de forma organizada pela internet e pela luta por uma comunicação universal e de qualidade”. E finalizou: “o jovem precisa reagir e reafirmar-se como protagonista das mudanças”

A mesa sobre internet foi coordenada por Renata Scaquetti, Coletivo da Juventude SindSaúde-SP


Disponível em <https://sindifes.org.br/assembleia-tematica-discutira-qualificacao-dos-tae-do-cefet-mg-nesta-quinta-26/> Acesso: 28/06/2025 às 03:20