Mesa de abertura da Semana do Servidor aborda Diversidade e Inclusão e combate ao Assédio

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Nesta segunda, dia 16 de outubro, teve início a Semana do Servidor da UFMG, uma iniciativa promovida pela Pró-Reitoria de Recursos Humanos em parceria com o SINDIFES, ASSUFEMG e APUBH. Neste ano, a temática escolhida foi “Diversidade e Inclusão”, e a programação se estenderá até 21 de outubro, repleta de palestras, workshops, cursos, exposições de histórias, rodas de conversa, além de atividades culturais, esportivas e de lazer.

O objetivo da Semana do Servidor é promover um diálogo construtivo com a comunidade de servidores, que engloba tanto os Técnico-Administrativos em Educação quanto os Docentes. O enfoque recai sobre a importância e a valorização da diversidade, visando criar um ambiente de trabalho e vida acolhedores e prazerosos.

Participaram da mesa de abertura a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira; a pró-reitora de Recursos Humanos, Maria Márcia Magela Machado, e a pró-reitora adjunta, Leonor Gonçalves, a diretora de Governança Informacional, professora Joana Ziller de Araújo Josephson, assim como Maria Rosária Barbato, da Apubh, Cristina del Papa, do Sindifes, e Luiz Geraldo de Oliveira, da Assufemg.

A reitora da UFMG, Sandra Goulart, enfatizou a necessidade de abordar a qualidade da universidade em conjunto com a inclusão. Para ela, a qualidade é importantíssima para a UFMG, mas ela tem que vir aliada a uma política de inclusão. “A qualidade sem a inclusão é uma qualidade que beneficia a poucos e isso não nos interessa como instituição. Pensar apenas a inclusão sem pensar a qualidade, você não está incluindo como deve. A qualidade deve estar atrelada a políticas de inclusão que nós temos desenhando ao longo dos anos”, pontuou.

A reitora ainda destacou a importância do engajamento da comunidade na promoção da inclusão e aceitação da diversidade, pontuando que a instituição pode criar políticas e resoluções, mas, sem a adesão da comunidade, os avanços desejados não se concretizarão.

UFMG anuncia comissões para inclusão e mudanças na USAC

Além disso, a reitoria da UFMG informou a criação de duas comissões destinadas a propor políticas de inclusão da diversidade. A primeira comissão terá como foco a discussão e elaboração de políticas direcionadas à inclusão de grupos LGBTQIA+, reconhecidos como um dos mais vulneráveis na comunidade acadêmica. A segunda comissão, por sua vez, terá como missão abordar questões relacionadas ao assédio e contará com a participação de representantes de todos os segmentos da universidade, assegurando uma abordagem abrangente.

Sandra Goulart, também ressaltou a transformação da Unidade Seccional de Correição (USEC) em Coordenadoria de Prevenção, Mediação de Conflitos e Correição. Segundo ela, essa mudança visa adequar o espaço da USEC às necessidades e à cultura da UFMG, permitindo não apenas a correição, mas fortalecendo a prevenção por meio de abordagens educativas, a facilitação da mediação de conflitos e, quando necessário, a aplicação de medidas corretivas.

A professora Maria Márcia Magelo Machado, Pró-Reitora de Recursos Humanos da UFMG, reiterou a importância da Semana do Servidor para a universidade e desejou uma semana produtiva que gere impactos positivos no cotidiano da UFMG. A Pró-Reitora Adjunta de Recursos Humanos, Leonor Gonçalves, Técnica-Administrativa em Educação, apresentou a programação, que inclui atividades de formação, cultura e lazer. Leonor Gonçalves mencionou a natureza híbrida dos eventos de formação que permitirão a participação online, inclusive podendo gerar certificados válidos para a capacitação.

Comissão que irá elaborar política LGBTQIAPN+ terá representantes de todos os segmentos da universidade

A UFMG instituiu uma comissão composta por Docentes, Técnico-Administrativos em Educação e Estudantes, encarregada de elaborar uma política para a inclusão e amparo das pessoas LGBTQIAPN+ na instituição. O grupo planeja promover consultas a diversos setores, como grupos de pesquisa que se dedicam a temas LGBTQIAPN+, pró-reitorias, órgãos administrativos e coletivos. A medida reflete o compromisso da UFMG em garantir um ambiente inclusivo e de respeito aos direitos humanos. A comissão busca entender as necessidades da comunidade acadêmica LGBTQIAPN+ e propor políticas que facilitem a entrada e permanência desses indivíduos na universidade, em contrapartida às ameaças constantes aos direitos dessa população. A iniciativa responde às demandas de pessoas LGBTQIAPN+ que frequentemente recorrem à Ouvidoria e à Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da UFMG. A comissão tem como presidente a professora Joana Ziller, ouvidora da UFMG.

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SINDIFES cobra mecanismos para acolhimento e combate ao assédio específicos para servidores

Cristina del Papa, coordenadora geral do SINDIFES, lembrou que a UFMG oficializou a Semana do Servidor após três edições realizadas pelos Sindicatos e que esta institucionalização foi muito importante para os Servidores e para a Instituição e que o próximo passo é ampliar a participação, principalmente nos espaços de formação. 

Ela também destacou que o assédio é uma questão que ocorre rotineiramente na universidade, com a maioria dos casos envolvendo docentes assediando técnicos, “a maioria dos assédios vem de docente para técnico.É lógico que acontece também o assédio de técnico para técnico, do estudante para o técnico e vice-versa em todos os casos. A gente tem um corporativismo na universidade e esperamos que a partir de agora, com essa resolução nova, possamos criar mecanismos de acolhimento para os servidores, pois atualmente, só temos para estudantes”. 

Segundo ela, a experiência que o Sindicato tem é que a ouvidoria não é o melhor lugar para tratar o assédio, pois pela burocracia a qual está submetida, a denúncia acaba caindo nas mãos do assediador, deixando a vítima ainda mais vulnerável. Cristina ainda observou que além de acolher a vítima, é preciso tratar o assediador, para que não se repita a prática de assédio, e o ambiente de trabalho em que ocorreu o assédio, que pode ficar contaminado e propício a outros casos.

Por fim, Cristina pediu ao vice-reitor o retorno dos Sindicatos à comissão de saúde mental que atualmente tem apenas representação do Diretório Central dos Estudantes (DCE). “A universidade tem uma comissão de saúde mental, mas foi excluída a representação do SINDIFES e da APUBH, e nossa reclamação eterna é esta exclusão, porque para falar de saúde mental, os sindicatos têm que estar representando os técnico-administrativos e os docentes.”


Disponível em <https://sindifes.org.br/comando-de-greve-da-ufmg-e-do-cefet-mg-publicam-documento-sobre-os-servicos-essenciais/> Acesso: 05/05/2024 às 10:14