Irany Campos conta sua história de militância em Efeméride pelos 60 anos do Golpe Militar em Assembleia Geral de Greve do SINDIFES

No dia  9 de abril de 2024, a Assembleia Geral de Greve organizada pelo SINDIFES recebeu Irany Campos, Técnico-Administrativo em Educação, aposentado, militante, ex-preso e exilado político, para uma conversa para rememorar o Golpe Militar de 1964 e o período de repressão que se sucedeu. O evento aconteceu no auditório 104 do CAD 2, no campus da Pampulha e teve transmissão ao vivo pelo canal do Youtube do SINDIFES, com mais de 1200 participantes, entre aqueles que estiveram presencialmente e também de forma remota.

Irany Campos conta sua história de militância em Efeméride pelos 60 anos do Golpe Militar em Assembleia Geral de Greve do SINDIFES 1

O principal objetivo do encontro foi mobilizar os relatos de alguém que viveu intensamente a luta contra o regime ditatorial por conta da efeméride do Golpe de 1964. Além disso, foi um importante momento para lembrar a UFMG sobre a importância de reconhecer as contribuições de Irany à democracia brasileira e à universidade pública e inserir suas ações na memória oficial da instituição.

A conversa foi mediada pela jornalista e Coordenadora de Assuntos de Aposentadoria e Pensões do SINDIFES, Neide Dantas e pelo Técnico-administrativo em Educação da UFMG, bibliotecário e amigo pessoal de Irany, Wellington Marçal de Carvalho. O debate também foi aberto ao público, que trouxe contribuições importantes para refletir sobre o tratamento dado pela UFMG após seu retorno do exílio.

Diferente dos docentes, que foram prontamente reintegrados ao quadro da Universidade com a Lei da Anistia de 1979 e o fim da Ditadura Militar, Irany Campos só foi readmitido como funcionário mediante ordem judicial. Mesmo depois de receber diversas homenagens por parte da UFMG, Campos ainda não foi oficialmente reconhecido pela instituição por sua dedicação à democracia e à educação superior pública.

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Irany Campos nasceu em 1938 na cidade de Conselheiro Pena, localizada no Vale do Rio Doce em Minas Gerais. Em 1958 passou a integrar o corpo dos Técnicos-administrativos em Educação da Escola de Medicina da antiga Universidade de Minas Gerais, hoje UFMG, como Laboratorista. Desde pequeno, quando ainda era jornaleiro, participou de diferentes atividades políticas. A partir de 1964 militou ativamente contra o regime militar, inclusive em ações de luta armada com o Comando de Libertação Nacional (COLINA). 

Em 1970 foi exilado no Chile, como um dos presos políticos trocados pela liberdade, no famoso sequestro do embaixador suíço. Após vários anos no exílio, tendo passado por países como Cuba, México, Alemanha, Angola e Portugal, Irany pode voltar ao Brasil por conta da Lei de Anistia.

Já no período de redemocratização do Brasil, Irany participou ativamente da Associação dos Servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (Assufemg) e da criação do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (SINDIFES). Inclusive, já ocupou o cargo na Diretoria Educação Política e Formação Sindical do SINDIFES, durante as gestões 2008-2010 e 2010-2012.

A Assembleia completa está disponível em nosso canal do Youtube! Confira!

 


Disponível em <https://sindifes.org.br/cng-analisa-proposta-do-governo-e-orienta-para-os-proximos-passos-da-greve/> Acesso: 03/05/2024 às 16:29